NAS ESCOLAS, FALTA PREPARO PARA DISCUTIR DROGAS






Enviado por Demétrio Weber - 
26.06.2011
  | 
 14h39m  - 
 

 Preocupação nas escolas, o consumo de drogas por estudantes é um desafio para educadores em todo o país. 
Especialistas recomendam abertura para o diálogo em vez de punição ou posturas moralistas. 
Mas admitem que é difícil lidar com o problema e que as redes de ensino não estão preparadas para isso. 
O programa de prevenção dos Ministérios da Educação e da Saúde (MEC), em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Universidade de Brasília (UnB), está presente em apenas 1.255 municípios — 22% do total. 
Uma das principais ações é oferecer formação específica a professores de escolas públicas.
Isso é feito por meio de cursos a distância, com duração de 120 horas. 
A estratégia, porém, só atingiu 30,7 mil docentes, o que corresponde a meros 2% do total de profissionais de ensino fundamental e médio na rede pública do país.
A coordenadora do Programa Saúde na Escola por parte do MEC, Marta Klumb, diz que o diálogo é a chave para abordar o tema. 
E que os professores devem criar um vínculo de confiança com os jovens. Marta é contra a suspensão de estudantes flagrados consumindo drogas:
— O aluno que faz uso de drogas não deve ser expulso da escola, ele deve ser acolhido.
A coordenadora enfatiza a importância de que os profissionais da educação sejam preparados para enfrentar o assunto sem tabus. 

Para isso, segundo ela, é necessária uma boa dose de conhecimentos científicos: desde o prazer que as drogas proporcionam até as consequências danosas à saúde e ao projeto de vida de cada jovem.

— Nossa orientação é para que o tema conste no currículo e no projeto político-pedagógico das escolas. Não queremos que seja abordado só na aula de biologia ou educação física. O porteiro, a merendeira têm que saber discutir e dialogar.

Em Brasília, a professora da UnB Margô Karnikowski coordenou uma pesquisa em escola pública com o objetivo de descobrir como educadores e profissionais da saúde devem enfrentar a questão das drogas nas escolas. 

Ela ficou surpresa com o alto grau de informação dos alunos acerca dos efeitos das substâncias e mesmo de questões legais, como a quantidade de maconha ou cocaína que diferencia consumo e tráfico.

— É pouco efetivo ir às escolas querer ensinar coisas que eles sabem melhor do que a gente. O que se tem que fazer é discutir alternativas. Mas não é um problema de solução fácil, do tipo faz isso ou aquilo. Precisamos manter as crianças na escola a partir do esporte, da realização de cursos técnicos. Dar oportunidades, criar nichos saudáveis de lazer, onde todos possam se divertir — diz Margô.

Ela aponta, no entanto, que a atuação dos professores tem limites e que o problema das drogas envolve outras esferas do poder público — além, é claro, das famílias e da própria comunidade. 

É o caso de traficantes que atuam nas imediações das escolas. 

Para Margô, isso é caso de polícia.

 Ela cita também a ausência de pais e familiares no cotidiano dos filhos. O que acaba remetendo para a escola questões que poderiam ser discutidas dentro de casa.

Marta diz que o programa de prevenção do governo mais do que dobrará sua cobertura este ano, atingindo 2.755 cidades, embora não haja garantia de que todas as escolas venham a ser beneficiadas. 

O alvo são municípios com baixo e médio Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

O professor de psicologia do desenvolvimento da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Valério José Arantes conta que a instituição oferece apoio psicológico a seus estudantes. 

Segundo ele, isso faz muita falta na rede de educação básica:

— Na maior parte das escolas, não tem nem orientador educacional.

Para Valério, as escolas deveriam criar espaços onde os jovens pudessem conversar com especialistas sobre seus anseios e inseguranças. 

Com formação em psicodrama, ele diz que melhor ainda seria desenvolver esse tipo de atividade: uma forma de levar os alunos a encenar, com técnicas de teatro, questões como overdoses e sequelas deixadas pelas drogas.

— É preciso lidar com a situação sem criminalizá-la. Um adolescente que está vendendo droga é caso de polícia. Já a criminalização de um jovem que usa só para fazer parte do grupo é bastante perigosa. E pode marcá-lo para o resto da vida. Esse jovem tem que ser orientado e, em casos mais graves, ser levado a uma clínica.



Maravilhoso poder ver  tema sendo discutido de forma ampla, outros colegas pensando junto e com as mesmas idéias, desejos e necessidades.
Me sinto menos uma guerreira solitária.
A luta com o processo educacional é uma constante, e a quebra de paradigmas e preconceitos também. 
Enquanto isso continuamos assistindo nossos jovens adentrarem precocemente universo das drogas com muita informação, mas com poucas ferramentas que o protejam de si mesmos. Que favoreçam escolhas mais saudáveis. 
Temos tentado parcerias e aberturas para uma NOVA escola, para uma NOVA maneira de se pensar o jovem e a família antes que estes se percam.
Algumas já entenderam e estão contextualizando, se repensando e revendo num novo formato no qual eu educo para áreas do conhecimento técnico-científico mas também permito o meu aluno se reconhecer e se descobrir dentro dele mesmo. Se valorizar, desenvolver atributos da área afetiva-emocional e assim SER Gente com a Gente e Estar com Ele Mesmo valorizando suas escolhas e ideais.
Precisamos de uma escola parceira nesta construção, muito menos que faça prevenção 'as drogas, mas muito mais que invista na preservação do SER HUMANO  .     

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O CALOR DO AFETO QUE CURA

Conhece-te a Ti Mesmo